terça-feira, 2 de agosto de 2011

Esboço de um ensaio sobre o sentido

Pergunto sobre Deus e acabo me achando nas perguntas.
Analiso a morte e acabo me deparando com a vida.
Busco um sentido e acabo não achando; mas sinto.
Aquilo que definia como um profundo nada de uma angústia doce, hoje ainda continua sendo um nada, mas um nada impregnado que habita na razão.
Me fortaleço com o dito da fé que começa no fim da razão. Fé essa que não compreendo e que justamente por isso vai além de ser.
Se existir é simplesmente ser, respiro porque vivo, sinto, sangro, choro, envelheço, perco a visão, adoeço e termino de viver. Mas se existir for algo que é não por simplesmente ser em si, mas em algo, me pergunto onde habita a razão? Na fé? Se assim for a fé seria a representação subjetiva de Deus no plano da razão. Um nada na dor da existência humana metafisica, um tudo no berço da razão. Deus é o sentido. E por mais satisfatória seja essa definição para mim, procuro melhor entende-lá. Assim como quanto mais lentamente eu comer uma maçã, saboreando os detalhes, percebendo a textura, notando as minúcias daquela experiência, melhor poderei explicar como aquilo é.  E se é algo que, à um determinado ponto da vida, não se vive sem, a explicação, a experiência se sustenta na ausência que aquilo trás a quem não experimentou. Descrevo uma sensação que simplesmente sûpri a falta de sentido, isso é chamativo, mas só procura isso quem sente essa determinada sede. Aqueles que suprimem sua falta de sentido no ter insaciável que impera no capitalismo vigente, nada se pode fazer se não mostrar o vazio de existir.
É no nada humano que nasce o tudo além da razão, o sentido. É na escuridão que se vê a luz. É na perda da esperança por um sentido da razão que estamos livres.
E essa liberdade sim é livre de si mesma.

Um comentário:

  1. por alguma razão, eu quis ler seu blog hoje, depois de quase um mes sem te ver, e de alguma forma voce escreveu exatamente o que eu precisava ler, o que eu tenho pensado nos ultimos meses.

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