sábado, 22 de outubro de 2011

Sincero, restrito e seu

Era espontâneo, eventual mas agradável.
Naquela tarde chovia fino, mas a fina gota cantava um som agudo quando batia na telha vermelha.
Alguns pequenos detalhes; algumas expressões sinceras de quem não quer se expressar mas adora faze-lo. 
De quem procura ser delicado, e o é sendo sutilmente reservado, mas se expõem. 
Tamanha exposição me afeta.
Contraponho tentando ser assim, de lá sutil, aqui desprovido, acabo ali aberto.
E do espontâneo vagamente brincou em ser condicional quando não o era esperado. Mas por quanto esperou que inesperado se foi e não veio. 
E fez falta. E tal falta era presente. A típica ausência que ocupa um lugar no cinema, sentada na poltrona ao lado, que só levanta quando o filme acaba.
E nunca é tão longo quanto deveria tais longas-metragens, tais vidas.
Era um viver. Ou poderia ser.
Naquela tarde chovia, mas não chove mais. 
Era espontâneo como essa chuva que eventualmente acaba mas que nunca termina.
Espero que agradável sempre seja.
Espero sempre agradar.
Espero por esperar.

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