Prólogo
Tomado por um fato, Getúlio jazia em demasiado sentimento de ansiedade. Outrora pensava na vida depressivamente, "Tudo não passa de uma grande e admirável merda: a qual sentindo seu cheiro deslizamos em suas beiradas e acabamos por permanecer aterrados a ela.” Ele costumava dizer. Tudo parecia sujo à medida que seus pensamentos se aprofundavam na condicionada moral humana. E naquela noite, deixava suas lamurias para traz e se aprofundava nesse novo e fresco fato.
Como ultima saída para sua amarga condição, Getúlio formulava suas ideias em voz alta: “Na ruptura de meus pensamentos, com toda a indecisão que existe na vida, esse fato me parece plausível. Acredito ter encontrado uma via menos depreciativa de continuar a viver nesse rio de água fria: essa via é doce e perigosa. Ela se entrelaça num suave perfume de rosas que nos rasga a pele com teus espinhos. Se esconde nos caminhos tortuosos do diálogo e do prazer. Se manifesta a poucos que a buscam, e se agarra a pura experiência trazida pela vivencia.” E saindo apressado pela rua, ele puxa o zíper de seu moletom e se põem a andar pelo calçadão iluminado, e num frio onde jazia o vazio do silêncio, Getúlio continuou a falar sozinho como se seu pensar houvesse tomado as rédeas de tua língua. “É somente na existência do ser feminino que busco encontrar minha salvação. Nas profundas cavidades vaginais, é onde pretendo me alocar quando me bater aquele cheiro de merda que exala dos cantos e becos dessa sociedade pueril. Ei de sucumbir aos desejos da carne para assim suprir as necessidades que a vida me nega. Irei me afogar em prantos desconsolados, e me deliciar onde encontrar a pura libertinagem. Nelas irei me libertar, e somente nelas sentirei o êxtase que jaz esquecido em alguma parte do meu ser. Amarei-as assim que degustar suas primeiras palavras. Amarei-as assim que seus braços se entrelaçarem aos meus. Prostrar-me-ei aos caprichos das mulheres, caindo num profundo sono em teus seios maternos.” Ao terminar suas palavras, Getúlio se encontrava em frente à porta de um bar, onde ele concretizava seus pensamentos com a doce visão de uma jovem moça apoiada num pilar de madeira. Ela olhava diretamente para ele. E assim como ele adentrava as portas do estabelecimento, começava a viver sua nova vida, sua nova descoberta sendo desbravada, sua reviravolta sendo apreciada. E todo aquele fato se iniciava ali, com um simples “Oi!”.
a porra é que somos levados a cair nos prazeres da vida, por desistirmos de sonhar com as revoluções [basicamente].
ResponderExcluire como que eu não desisto? me diga?