sábado, 10 de julho de 2010

Uma vida

  Descaradamente tímido ele exibia seus traumas na vitrine da vida. Lamenta-se errar pouco, mas se sentia bem por pouco errar. Era inconstante.
Pulsos...
Pílulas...
Uma vida em vão.
  Agora tomado de assalto, por algo maior que sua mesquinhes e seu orgulho. Ia ser pai! Nove meses para uma mulher dar flor. Nove meses para tanta dor.
Mas de fato algo mudara. O riso se mantinha valente persistente. E aos poucos se dissipava a tristeza; arrastando consigo a falta de vontade. Quem diria: Pai! O ser miserável para um ser tão pequeno e frágil.
  Por ventura até o amor dava indícios de um retorno. Bem modesto; mas já sentia pela mãe afeto.
Os pulsos agora eram agarrados por pequenas mãos...
As pílulas, perdidas no banheiro...
Uma vida não mais em vão.

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