terça-feira, 24 de abril de 2012

Amargos demônios no cume de Zaratustra

 Somos Zaratustra à descer da montanha, ou somos homeopáticos sofredores ressentidos em terras de São Petersburgo?
 Ter uma sensibilidade imoral oriunda de um juízo constituído em moralidade define o que somos: seres do novo século.
 Talvez, podemos dizer, um juízo nebuloso e um tanto elusivo, que alienado se mantêm longe da experiência, nos torne inerentes a questão. Tal ingenuidade, mesmo que sincera, por si só ainda faz de tal ato um juízo moral.
 Não obstante, talvez nós simplesmente ignoramos qualquer essência de qualquer sensibilidade social pelo inveterado senso comum; velhos hábitos ressuscitados em novos costumes.
 Do arco-e-flecha ao kalashnikov: ainda somos os mesmos; por viés da razão, eternamente sucumbidos pela condição humana.
 Se Roma divinizou o povo na figura do Estado legando assim aos povos o Estado, como expôs, através do  Chátov, Dostoiévski. Nesse caso, logo coloco a mente à questão: ao divinizarmos os bens de consumo, qual será o nosso legado? Se exaltamos o ter em vez do ser, legaremos ao mundo nada mais do que nosso mais refinado egocentrismo.
 Nem Zaratustra ou Stiepánovitch; nem vida ou ressentimento.
 Não amando uns aos outros com amor, enquanto amamos a nós mesmo com fervor; eis o nosso mandamento.
 Nosso amargo legado: Eu, eu mesmo e meus bens.

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egocentrismo
e.go.cen.tris.mo sm (ego3+centro+ismoPsicol Estado da pessoa especialmente interessada em si mesma e em tudo quanto lhe diga respeito, normal nas crianças de menos de sete anos.
*Michaelis - moderno dicionário da língua portuguesa

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