quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Eis um conto qualquer

Eis que a morte lhe pareceu agradável. Na ânsia da procura viu-se morto.
Ela passou ao teu lado, contudo, não parou. Seguiu rua abaixo, trazia em sua mão algo pontudo, que brilhava amarelo ao refletir a luz do poste. Enquanto prosseguia tirava com o dedo a calcinha que adentrava no meio da sua bunda.
Ele riu.
Pode ele viver sem ela? Na ruptura da relação, ele se viu perdido, mas aliviado. A alegria dizia olá e depois virava as costas. Mesmo ele, não perdendo tempo com sentimentos depressivos, as vezes se encontrava pensando no futuro dela - em sexo. E aquela visão no fim da rua o levava longe. Adorava calcinhas assim como mulher adora sapato. Revogando todos os instintos, deixando pra traz o sentimentalismo clichê, lá no fundo ele sentia algum tipo de falta dela.
Ela riu.
Eis que a morte lhe parecia agradável. A ânsia da procura acabara.
Com os pés já no meio fio ela hesita. O vento sopra seus cabelos. Ela vira e olha pra traz.
Eles riem.
Ele odeia frescuras. Ela ama ele.
A vida ri.

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