quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O eterno Niilista

  Por horas a fio prostrado verticalmente no sofá. Um maço grosso de livros se aglomerando na superfície macia do suporte de braço marrom. Uma gota do café escapa da boca e pinga no peito vestido de branco, tal camiseta que de tão velha já não denomino branca e sim "avelharada". Gasta como o humor insosso que permeia. Usada como um costume fisiológico, sentimental. De geração em geração se proliferando, das mãos brutas dos avós à vestimenta de nossos amores, nossos laços sanguíneos, nosso vão viver.
 Um desafeto entre a sórdida criatividade e a relativa liberdade - minha vida. No engodo das palavras de potência, nas ilustres sinagogas do vir-a-ser fatídico: o café desce amargo, mas desperta, clareia. De uma realidade insólita para um inconstante querer, do eu para o você, do ter e não ter. O sono. O contrário da vida. A antítese fácil, resoluta e indolor. Nas beiradas da semi-imoralidade perambula a insanidade ou seria o ser são? O santo? O quente do café baforado pela caneca, o café que esfria que por tal não se pode mais tragar. Eternas borras de café gelado és vós ó moral nebulosa. Pardo reflexo frio. Por horas a fio, por horas a fio...

2 comentários:

  1. Nuss cara d+ esse post
    Da uma olhada no meu blog qdo vc puder
    http://ismylifemystory.blogspot.com/
    abraçosss

    ResponderExcluir